PT Rio Preto: Por que não vou defender a “democracia” do PT e o governo Dilma no dia 20?

democracia

Por Fabiano de Jesus

O deputado estadual João Paulo Rillo, a Vereadora Celi Regina e o Presidente
do PT-Rio Preto, Carlos Henrique de Oliveira, estão propagandeando e “convocando” setores indignados às manifestações reacionárias do dia 16, alegando que estão defendendo a democracia. Mas de que DEMOCRACIA estão falando? Não nos iludamos com a democracia do PT!

Nós, trabalhadores da educação de São Jose do Rio Preto, lidamos cotidianamente com a “democracia do PT”, pois lutamos contra um sindicato dos servidores que é dirigido a 18 anos por esse partido (Pelo Presidente do PT e a Vereadora), o qual se tornou um instrumento para desmobilizar os trabalhadores de suas reivindicações. Podemos ver claramente essa política na aprovação do Plano Municipal de Educação, já que para garantir a política do Governo Federal na cidade de Rio Preto, esse sindicato negociou nas costas dos trabalhadores da educação um projeto que não garante nossas reivindicações e necessidades.

Defender a democracia não pode ser só no discurso, mas na prática. Contudo, solicitamos as notas da prestação de contas do sindicato dos servidores dirigido pelo PT, pois verificamos que gastam com gasolina, em três meses, o equivalente a uma volta ao globo terrestre e 45 mil reais com gráfica em ANO ELEITORAL. Porém, “democraticamente”, a direção do sindicato negou as notas ficais à seus então filiados.

Mas, para quem ainda acha que o PT vai defender a democracia e não o governo Dilma no dia 20, apresentamos os seguintes questionamentos:

  • Esse ato vai servir para denunciar os cortes de verbas da Educação e Saúde pelo governo federal?
  • Esse ato fortalecerá a luta contra os corte de verbas das Universidades Públicas Federais?
  • Esse ato fortalecerá a luta contra a privatização dos Hospitais Universitários pelo governo federal?
  • Esse ato vai servir para denunciar o ajuste fiscal do governo federal que retira direitos dos trabalhadores?
  • Esse ato vai fortalecer a luta contra o PL 4330 da terceirização, votado pela base do governo?
  • Esse ato vai denunciar os ataques do governo federal à previdência/seguridade que retira direitos dos trabalhadores, como a MP 664 e 665 ?
  • Esse ato vai denunciar o veto do fim do fator previdenciário e a manobra para tentar implementar o fator 95/100? (e não 85/95)
  • Esse ato vai fortalecer a luta dos servidores federais em greve por melhores condições de trabalho?

Não, esse ato é para defender o governo Dilma/PT e seus ataques aos trabalhadores. Mas o governo já fez um opção ao governar com Renan Calheiro, Katia Abreu, Joaquim Levy, Collor, Maluf etc, escolhendo implementar o ajuste fiscal e governando com os bancos e grandes empresários, jogando a crise nas costas dos trabalhadores.

Esse projeto não é dos trabalhadores, esse projeto é da FIESP, FIRJAN e da “Agenda Brasil”, que já se uniram para defender o governo. Por isso, nós trabalhadores temos que criar um terceiro campo independente.

Basta de Dilma, Aécio, PT, PSDB e PMDB!

Por um governo dos trabalhadores, sem corruptos e sem patrão!

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SOBRE AS MANIFESTAÇÕES DE 20 DE AGOSTO:
UM DIÁLOGO NECESSÁRIO COM AS DIREÇÕES DO PSOL E DO MTST

Por Zé Maria/PSTU

Em política, como na vida, há uma regra básica: não se pode tomar as pessoas e instituições pelo que elas dizem de si mesmas, e sim pelo que realmente são. E o que define o que realmente são – pessoas e instituições – é a sua prática, e não a propaganda que fazem de si.

Começo essa nota com essa reflexão porque me parece necessária no momento. Passadas as manifestações de 16 de agosto, convocadas e voltadas para fortalecer a oposição burguesa encabeçada pelo PSDB, instala-se na esquerda uma polemica sobre os atos convocados para 20 de agosto.

As direções do PSOL e do MTST que estão participando da convocação destes atos, reclamam, dos setores “governistas” que teimam em dar um caráter de defesa do governo a esta atividade. A direção do MTST, vai mais longe e critica os “sectários” que estariam usando a situação para fazer confusão e caracterizar estes atos como governistas.

Não se justifica a reclamação. A decisão de organizar atos “por direitos, liberdade e democracia” e “contra a ‘direita’ e o ajuste fiscal”, em contraponto às manifestações convocadas pelo PSDB (16/8), junto com o PT, CUT, MST, CTB, UNE, não poderia dar outro resultado. Não se trata de uma manifestação como a que fizemos junto com estas entidades em 29 de maio, que foi contra o ajuste fiscal e, por esta via, contra o governo. O que está sendo convocado agora é um ato contra a “direita” que, por esta via, ainda que critique o governo é um ato para defende-lo. Neste contexto, nada mais normal do que dizerem que os atos são para defender o governo. É esta a posição destas organizações. E é este o caráter destes atos desde o início.

Mesmo que houvesse ingenuidade em política, seria subestimar a inteligência dos dirigentes do PSOL ou do MTST afirmar que teriam sido enganados no processo. O que houve foi uma escolha política destas direções – de construir um ato com o governismo que tivesse como objetivo central enfrentar o tal “golpe da direita”. E isto colocou, sim, suas organizações no campo da defesa do governo Dilma.

Se em nenhum momento esta estória do “golpe da direita” teve algum sentido, menos ainda tem agora, quando o grande empresariado, representados pela FIESP e FIRJAN, o sistema financeiro, representado pelo presidente do Bradesco e a própria mídia, representada pela rede Globo fazem questão de vir a público defender a “governabilidade”.

Ao ser colocada em prática, a escolha política dos companheiros dá nisso aí que todos estão vendo: um ato para defender o governo, o mesmo governo que ataca os direitos dos trabalhadores para atender os interesses dos bancos, das multinacionais e grandes empresas. Um escândalo para qualquer ativista que esteja minimamente sintonizado com a luta dos trabalhadores deste país. Por isso a crise. E é preciso tirar as conclusões corretas de tudo isso.

É preciso romper com os atos do dia 20 para construir a luta contra o governo e contra a oposição burguesa

A CSP-Conlutas e as organizações do Espaço de Unidade de Ação, onde se inclui o PSTU, acreditam que na polarização governo Dilma de um lado e oposição burguesa de outro é preciso lutar contra os dois, e construir uma alternativa de classe para a crise que vive o país. Com esse entendimento, chamamos a não ir nem ao ato convocado para fortalecer a oposição burguesa (16/8), e nem ao que está sendo convocado para defender o governo Dilma (20/8).

Os trabalhadores, a classe operária em especial, estão indignados com o governo Dilma e com toda essa corja que, no Congresso Nacional, ajuda o governo a atacar os seus direitos. Precisamos oferecer a eles uma alternativa de classe, de luta contra o governo e contra a oposição burguesa. É isso que estamos construindo e que deve promover uma primeira manifestação nacional em setembro. Diferente do que diz a liderança do MTST, isso não é “sectarismo”. É coerência. Se trata de levar à prática aquilo que se diz defender.

O dilema que vive a direção do MTST e do PSOL não é com os “governistas” ou “sectários”. É um dilema consigo mesmo, e que se resolve com coerência. Se, de verdade, os companheiros não querem fortalecer um ato que é para defender o governo, então devem romper com a manifestação de 20 de agosto. Não adianta meias medidas – fazer um ato dia 20 em outro horário e local como se pretende em alguns lugares. A simbologia do dia 20 já está definida, e é de defesa do governo. É preciso romper com essa localização política.

Chamamos mais uma vez ao PSOL e ao MTST: venham construir, junto com a CSP-Conlutas e as entidades do Espaço de Unidade de Ação, um processo de mobilização nacional contra o governo e contra a oposição burguesa. Esse é o caminho por onde, de verdade, podemos derrotar este governo e seu ajuste fiscal, e também a oposição burguesa. Nossa unidade permitirá fortalecer ainda mais esta luta.

O PSTU defende esta alternativa porque acredita que é nesse caminho que construiremos uma saída para a crise na perspectiva da classe trabalhadora que, portanto, precisa ser contra o governo Dilma e o PT e também contra a oposição burguesa de Aécio Neves do PSDB, Eduardo Cunha e Temer, do PMDB. Nossa classe precisa lutar para livrar o país de todos eles o quanto antes. Precisa de um governo dos trabalhadores, sem patrões, que mude o Brasil, acabando com o reino das multinacionais, dos bancos e das grandes empresas.

Se as direções do PSOL e do MTST decidem permanecer no campo da manifestação do dia 20, não há como fugir do raciocínio que está no início desta nota. O que os companheiros fazem, do ponto de vista prático, é muito mais importante que aquilo que dizem de si mesmo ou de suas intenções. Neste nível da política não existe ingenuidade e tampouco vale o que se tem a “intenção” de fazer. Valem os gestos políticos concretos, e a que alternativa eles fortalecem.

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