MRT/Esquerda Diária no PSOL: do sectarismo ao oportunismo! (Parte 1)

mrtRecentemente, uma organização chamada Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (antes LER-QI), que tem como seu meio de comunicação o jornal Esquerda Diária, apresentou em seu congresso a proposta de entrada no PSOL. Essa política toma amplitude de debate devido ao impacto na realidade dos chamados “partidos anti-capitalistas”, como o NPA na França, o Syriza na Grécia e o PSOL no Brasil (ou até mesmo o Bloco de Esquerda em Portugal e o PODEMOS na Espanha).

O que chama a atenção sobre esse posicionamento é a caracterização que o MRT/Esquerda Diária fazia do PSOL, pois o consideravam uma organização reformista e que “não passou na prova de junho” (junho de 2013). Então,  o que mudou? O PSOL ou o MRT/Esquerda Diária?

A dimensão da contradição

O MRT (LER-QI) sempre criticou o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) por manter relações de unidade com o PSOL em processos eleitorais, seja nas eleições ou nos movimentos. Essa organização responsabilizava o PSTU por toda a política equivocada e reformismos do PSOL e apontava que era um erro o PSTU se “submeter a política do PSOL” e fazer unidade.

A entrada do MRT no PSOL mostra as profundas contradições dessa organização, pois constatamos que a linha política dessa organização é completamente equivocada, pois mostra a profunda incoerência a malabarismo político ao entrar em um partido que caracterizava como reformista e responsável pelo entrave na construção de um partido revolucionário:

Os setores que queremos dialogar em relação a necessidade de um partido são os que são contra partidos por outros motivos, centralmente por rechaço pela esquerda (ainda que por vezes confuso) ao regime político carcomido brasileiro, ao PT e, inclusive, ao PSOL e ao PSTU. Se queremos ter conquistas efetivas, como em relação aos serviços públicos, combater efetivamente os políticos corruptos e seus governos e regime, levar à frente tarefas como as que aqui apontamos, é necessário um novo partido revolucionário de trabalhadores. Centramos a polêmica deste artigo com o PSOL e PSTU justamente porque estes bloqueiam esta perspectiva, desiludindo amplos setores de vanguarda em relação à esquerda. (…). O PSOL e o PSTU não passaram à prova de junho, mas também pós-junho

(…) O caso do PSOL foi mais grave, como não poderia deixar de ser, em se tratando de um partido reformista.”¹

Como observamos, o MRT apresenta que o PSOL “não passou na prova de junho e pós-junho”. Será então que O PSOl passou na prova de junho agora? Ocorreu alguma mudança no PSOL para mudar sua caracterização? O PSOL não é mais um entrave para a construção de um partido revolucionário ou um partido reformista? Ao caracterizarmos que uma organização é um entrave para uma política revolucionária, a política coerente seria o embate frontal com a mesma, e não a incorporação a ela. O MRT ainda apresenta que o “PSOL vem se consolidando como um partido reformista e eleitoralista”¹.

“que PSOL se adapte crescentemente aos espaços da centro-esquerda de gestão do capitalismo, podendo até participar de governos como deixa em aberto Wyllys. Enquanto não houver uma ruptura mais decisiva de setores de massa com o PT, este espaço – diferente da Espanha onde o PSOE está em grave crise – se misturará ao do PT, e para isto, de acordo com suas posições estratégicas, estes parlamentares e correntes irão flertar com seu ex-partido como fizeram no segundo turno e seguem fazendo. Negam-se a combater por uma posição de independência de classe que exige denunciar o PT, seus ataques aos trabalhadores e intermináveis concessões aos capitalistas, aos reacionários.

Ou seja, o PSOL ruma a ser cada vez menos independente do PT e cada vez mais reformista. Cada vez mais o “socialismo” de seu nome ruma para ser mais um “s” entre tantos que existem no regime partidário brasileiro.”²

 Apesar do MRT apresenta essas conclusões sobre o PSOL, hoje sua política é a entrada no partido. Como observamos, essa organização não tirou nenhuma conclusão política sobre os chamados “partidos anti-capitalistas”, como o Syriza.

1 – O PSOL e o PSTU não passaram a prova de junho, é necessário colocar de pé um novo partido revolucionário de trabalhadores

http://www.ft-ci.org/O-PSOL-e-o-PSTU-nao-passaram-a-prova-de-junho-e-necessario-colocar-de-pe-um?lang=pt_br

2- Para onde vai o PSOL?

http://www.ft-ci.org/Para-onde-vai-o-PSOL?lang=pt_br

Deixe um comentário